quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Construção de novo prédio na UFRN causa polêmica


A construção de um novo prédio dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em Natal está causando polêmica. Ironicamente, a estrutura será erguida para abrigar o departamento de Ecologia, mas para isso está derrubando árvores em uma área que foi reflorestada pelo projeto de extensão universitária Nativas no Campus. Na semana passada, estudantes chegaram a fazer um protesto e penduraram cartazes com frases de defesa ao meio ambiente. Após denúncias, o canteiro de obras foi interditado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). 

Quem passa pelas imediações da Reitoria da UFRN, vizinho ao Centro de Biociências (CB), identifica a placa do "Nativas do Campus" justamente na frente da área cercada para abrigar o futuro prédio. Embora antigo, o letreiro deixa claro que aquela é uma área que recebeu benefícios do projeto de extensão. No entanto, as paredes da área de apoio para o canteiro de obras não chegaram a ser concluídas e um selo da Semurb indica que a obra não pode continuar. Mais à frente, em troncos de árvores cortadas há um cartaz com os dizeres: "Minha morte é a nossa morte". As plantas que ainda estão de pé também receberam cartazes de protesto contra a obra.

Mas apesar dos protestos, o superintendente de infraestrutura da UFRN, Gustavo Coelho Rosado, explica que a obra possui um plano de manejo e foi amplamente discutida com os professores e demais interessados do CB. "Contamos com o apoio técnico de professores do próprio departamento [de Ecologia] e, junto com o biólogo da Superintendência de Infraestrutura foi elaborado o plano de manejo para que possamos fazer a compensação do prejuízo ambiental", explica.

De acordo com Rosado, o plano prevê a relocação de algumas espécies que puderem ser transplantadas; e as que tiverem de ser cortadas serão compensadas com o plantio de outras. "Não temos intenção de prejudicar o meio ambiente, mas precisamos criar a convivência entre as árvores e os prédios já que a universidade está crescendo. Tenho certeza que, naquela área, vão se formar muitos ecólogos que poderão trabalhar pelo meio ambiente. Precisamos de profissionais capacitados e, para isso, precisamos de espaço físico". Ele acrescenta que a obra está totalmente de acordo com o Plano Diretor da UFRN, sendo construída em uma área edificante do Campus.

O superintendente ainda esclarece que a interdição da Semurb ocorreu porque a empresa vencedora da licitação é também responsável por legalizar totalmente o serviço. Como a Semurb recebeu uma denúncia e foi ao local, a documentação prévia de outros órgãos como o Corpo de Bombeiros, ainda não estava pronta. Porém, Gustavo Rosado afirma que tudo está sendo providenciado para que a obra continue.

(Fonte: Diário de Natal)

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