Pesquisa comparou genética entre pessoas saudáveis e infectadas.
Dados foram divulgados na revista científica 'Nature Genetics'.
Pesquisadores no Vietnã e em Cingapura identificaram duas variações
genéticas que podem deixar a pessoa mais propensa a desenvolver dengue
hemorrágica. A pesquisa foi divulgada na revista científica "Nature
Genetics", ramificação da "Nature", e pode trazer pistas sobre como o
corpo responde à infecção. O estudo comparou 2.008 crianças doentes com outras 2.018 saudáveis.
Outra pesquisa independente repetiu o procedimento com 1.737 casos de
infecção comparados com 2.934 pessoas sem a doença.
Mosquito transmissor da dengue (Foto: Divulgação)
Nas crianças, a dengue hemorrágica provoca o vazamento de parte do
sangue dentro dos vasos para os tecidos no corpo. Essa situação pode
levar à síndrome de choque da dengue, quando o pulso do paciente e a
pressão arterial não conseguem ser detectados e existe risco de morte.
As alterações acontecem nos genes MICB, no cromossomo 6, e PLCE1, no
cromossomo 10. O DNA do corpo humano possui 23 pares de cromossomos, que
reúnem toda a informação genética do organismo. O primeiro atua no
sistema de defesa do corpo contra ameaças como vírus e quando alterado
pode comprometer a capacidade do organismo de se defender contra
infecções. Já o segundo pode estar ligado à tendência do corpo em
permitir o vazamento de sangue dos vasos.
A dengue é a infecção mais comum a ser transmitida por mosquitos depois
da malária, com cerca de 100 milhões de infecções por ano no mundo. Os
sintomas vão desde febre alta até complicações que podem ameaçar a vida
do paciente. Não existe vacina comprovada e licenciada para a doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 2,5 bilhões de pessoas no mundo
correm o risco de serem infectadas pela doença. Para os pesquisadores, o
estudo é importante por ser o primeiro a comparar mudanças genéticas
para a dengue entre pessoas saudáveis e doentes.
(Fonte: Globo.com)
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